O úbere é o principal reservatório dos patógenos que causam a mastite contagiosa, elevando o risco de transmissão da doença, e aumentando o número de novos casos no momento da ordenha. Durante esse manejo, o próprio ordenhador pode contaminar o teto com a reutilização de panos de secagem, por meio de teteiras, flutuações de vácuo do equipamento e reversão do fluxo de leite durante a ordenha. Já as novilhas que se encontram no pré-parto podem ter seus tetos contaminados pelas moscas, outro agente transmissor das mastites contagiosas.
É comum que os patógenos causadores de mastite contagiosa se manifestem na forma subclínica da doença, já que esses microrganismos não estimulam a resposta imune aguda. Nesse caso não há alteração físico-química do leite ou sinais clínicos no úbere dos animais, apenas em alguns casos isolados esses patógenos podem causar manifestações clínicas.
Para prevenção desse tipo de doença, é essencial adotar boas práticas, como a realização de pós-dipping e separar as vacas infectadas por lotes, sendo ordenhadas por último. O descarte de animais com mastite crônica dentro do rebanho também pode ser uma alternativa para evitar novos casos.
Durante a secagem devemos adotar medidas que evitem novas infecções que somente irão se manifestar na próxima lactação, além de ser considerado o momento ideal para eliminarmos infecções subclínicas. Esse período é uma necessidade fisiológica dos animais e impacta diretamente na saúde da glândula mamária, no risco de doenças após o parto e na próxima lactação da vaca. A glândula mamária necessita de 60 dias para se regenerar, e posteriormente, se desenvolver para a próxima lactação, passando por três fases importantes:
1. Fase de involução ativa: período entre a última ordenha e total involução da glândula mamária, podendo durar até quatro semanas. Nesse período, há formação do tampão de queratina, barreira física produzida pelo animal, que impede a entrada de patógenos pelo teto. A velocidade de sua produção está relacionada com a capacidade produtiva e fatores individuais. Nessa fase, o risco de ocorrência de novas infecções torna-se elevado, devido a alguns fatores: acúmulo de leite na glândula, vazamento de leite dos quartos mamários, aumento da contaminação da extremidade dos tetos devido à descontinuidade da ordenha, redução da capacidade de resposta do sistema imune e atraso ou não formação do tampão de queratina.
2. Fase de involução estável: a fase intermediária do processo de secagem varia de acordo com o número de dias do período. Nesse momento, a glândula não se encontra totalmente evoluída e protegida contra novas infecções.
3. Fase de colostrogênese: última fase do período de secagem que ocorre de duas a três semanas antes do parto. Nesse momento, a glândula se prepara para a próxima lactação e produção do colostro, novamente com alto risco de infecções, devido ao aumento da pressão intramamária e queda na imunidade da vaca.
Quais os benefícios da utilização do protocolo de secagem?
1- Maior taxa de cura microbiológica de infecções subclínicas em relação ao tratamento durante a lactação
2- Reduz o risco de novas infecções durante o período seco
3- Reduz a incidência de mastite clínica no pós-parto imediato
Podemos ter casos de mastite no período seco, e estes são provenientes de infecções anteriores ou de novas infecções adquiridas durante as fases críticas da secagem. Para tratar e prevenir novas infecções durante o período seco, a Ourofino Saúde Animal indica a associação do antimicrobiano intramamário Ciprolac® Vaca Seca e do selante de tetos Sellat®. Uma associação eficiente para o controle das mastites.