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Diversas pesquisas conduzidas com rebanhos leiteiros têm contribuído para melhorar a eficiência produtiva das propriedades brasileiras. É a chamada eficiência bioeconômica, um conceito mais amplo que envolve o bem-estar animal, a pegada hídrica, o uso de energia limpa, a eficiência alimentar, a redução no uso de antibióticos, além da questão econômica e outros aspectos. Em resumo, o que se busca é produzir mais com menos recursos e insumos.
Em entrevista à Revista Girolando, a chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, Elizabeth Nogueira Fernandes, explica como a ciência tem auxiliado o produtor nesse desafio e os resultados já alcançados. No cargo desde setembro de 2021, ela é engenheira florestal com pós-doutorado em Economia do Meio Ambiente e tem experiência na área de gestão ambiental.
Girolando - O consumidor tem valorizado, além da qualidade, dois fatores: sustentabilidade na pecuária e o bem-estar animal. Como a ciência brasileira tem auxiliado os produtores rurais neste desafio?
Elizabeth Nogueira Fernandes - A adoção de práticas voltadas à sustentabilidade e ao bem-estar animal está cada vez mais presente no dia a dia da atividade leiteira. Nesse contexto, a Embrapa tem desenvolvido pesquisas que visam a geração de métricas adaptadas às nossas condições que permitem avaliar a adoção dessas práticas e seus impactos sobre esses indicadores. Um resultado interessante já alcançado em nossas pesquisas é a relação direta entre a adoção dessas práticas e a lucratividade da atividade, mostrando que a busca por sustentabilidade e o bem-estar dos animais também refletem positivamente no bolso do produtor.
Girolando - É possível produzir leite com baixa pegada de carbono e que ferramentas o produtor pode utilizar para isso?
Elizabeth Nogueira Fernandes - Essa demanda por leite com baixa pegada de carbono foi fortalecida no último ano com a realização da COP26 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima), que estabeleceu metas globais de redução de emissões e a atividade pecuária tem uma importante contribuição a dar nesse processo. Nossos trabalhos de avaliação ao longo dos elos da cadeia do leite mostram que é possível produzir leite com baixa pegada de carbono em condições brasileiras, envolvendo diferentes rotas para essa descarbonização, que passam pela genética animal, nutrição e manejo de pastagens, interferência no rúmen, condições de saúde do rebanho e manejo de dejetos. Um bom exemplo é o programa de melhoramento do Girolando, que permitiu que a vaca de hoje produza 40% menos metano por quilo de produto (leite) em relação ao animal padrão de duas décadas atrás. Além disso, esperamos que no futuro seja possível a prestação de serviços ambientais pelas fazendas leiteiras, devido a sua capacidade de estocar carbono ser maior que as emissões geradas, mas essa questão ainda depende da regulamentação do mercado de carbono.
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